sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Best of 2012. Do boom à Maratona.

'Tá de resto o 2012 e aqui fica o resumo. Não podiam ser mais antagónicos os locais e os ambientes por onde andei... Do festival BOOM à Maratona de Lisboa, da Arménia à Mauritânia, de Bamako a New York, de Istambul a Nouakchot, da Transilvânia ao País Dogon, dos Picos da Europa a Brooklyn,
um ano cheio de coisas fixes, festas, viagens, amigos, escaladas, corridas e muito amor e este blog para deixar o registo e ajudar a memória... o facto de ser público é só um bónus.
Estive em 25 países diferentes dos quais 13 onde nunca tinha estado... Duas mega viagens de carro num total de 22000 km. Fiz 50 km de canoa no Tejo internacional e 80 no Sado, fui aos Picos da Europa e falhei a via ao Naranjo, corri os 42 km da Maratona de Lisboa, os 20 km de Almeirim, os 10 do Urban Night Trail e os 21 do Leiria Christmas Night Trail e mais cerca de 800 km de treinos...
2012 foi um ano muito bom. 2013 será melhor ainda.
Feliz ano novo!!


Bye bye miss American Pie, 8 minutos de música e 400 imagens!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O hino dos viajantes aventureiros

O B-Fachada juntamente com alguns amigos recriaram  "Os Sobreviventes" o primeiro álbum do SG de 1972 e lá está "Romance de um dia na estrada" uma canção que eu adoro e que sempre me transportou para ambientes longínquos, carregados de fantasia e do espírito romântico e abnegado do aventureiro. Um hino à aventura, à vontade de partir e ao conforto e aconchego de chegar. Muito bom ☺



Mas não bate o original!

Colecionismo

Sempre gostei de colecionar coisas, ou melhor, juntar coisas, a maior parte das vezes sem grande critério. Pedras, latas, garrafas... Quando viajo chego a ser compulsivo com rótulos de garrafas e bilhetes de transportes e outras coisas. Com a era digital comecei a fotografar coisas que não servem para nada a não ser ocupar espaço em disco. Sinais de trânsito, paragens de autocarros, quartos de hotel, carros... Há dias em New York deu-me para isto. Agora vou ter de lá voltar para acabar a colecção, 50 estados cada um deve ter uma matricula diferente... faltam 40 fotos.














quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A pena do meu Pai. Parte 4

A viagem ao Cáucaso, pela pena do meu Pai, que escreve muito melhor que a minha.
In: Jornal de Minde. Nov2012

É já ali…
ao dobrar da esquina


SINGULARIDADES DA ARMÉNIA
Na manhã de 11 de Julho, o 12º dia de viagem, e já com 7271 Kms andados, saí cedo da caravana improvisada. As melgas tinham-me azucrinado toda a noite e precisava de me coçar.
O dia anterior acabara mal. Pensávamos chegar a Yerevan, capital da Arménia, e descobrir um hotelzeco para tomar um bom banho. Da língua dos arménios não sabíamos nem uma palavra e os caracteres ninguém os entende, mas tínhamos esperança de encontrar o que se vê em muitos países – por debaixo do reclame na língua do país, a palavra Hotel, mais conhecida internacionalmente. 
Pois não senhor. O único “Hotel” que vimos era um daqueles que tem só um quarto e só uma cama…. e muitas figuras nuas pregadas na parede… O Ricardo, que entrou sozinho enquanto eu fiquei a guardar o carro, ainda quis saber o preço, mas a patroa perguntou se era só para uma hora. 
Com tanto percorrer ruas fez-se noite. Apercebemo-nos de que já estávamos a sair da cidade e que se via mal. Uma espreitadela, o carro não tinha médios – só um mínimo e máximos.
-Encosta aí, esquece o hotel e é aqui mesmo que ficamos. Uma noite não são noites! De manhã, depois de coçar as melgas e de uma higiene sumária, cuidámos de avaliar a situação. O GPS não funcionava desde que saíramos da Turquia e, com as voltas à noite, tínhamos perdido a orientação.  
Uns metros mais acima estava um motorista de táxi a lavar o carro.
-Boa ideia, com o mapa tentamos que ele perceba qual é a direcção que queremos seguir e que nos indique a melhor saída da cidade. Em último caso ele que vá à nossa frente!
O homem foi atencioso, percebeu rapidamente o nosso problema e fez-nos compreender que estávamos no sítio certo – era mesmo por ali que devíamos seguir.
-Que raio, é o homem que percebe o nosso mau inglês ou somos nós que falamos arménio sem saber? Talvez os leitores não saibam, mas o ponto mais conhecido da Arménia é… é o quê?
…é o Monte Ararat, é evidente, aquele aonde a Bíblia diz que encalhou a arca de Noé depois que as águas do dilúvio foram descendo…
…Vocês não acreditam nisto, pois não?
…pois olhem que o problema é muito mais complicado do que parece. Talvez eu tenha por aí espaço para escrever alguma coisa sobre essa matéria. Se não, fica para outra vez!
Para acabar com as dúvidas e termos a certeza de que o homem estava a falar a sério perguntámos:
-E o monte Ararat?
E não é que o homem nos faz entender que sigamos por aquela estrada, que, uns 500 metros mais adiante, já vemos o Monte Ararat?...
Meio convencidos, agradecemos, despedimo-nos como pudemos e o homem responde:
-Auf widersehen…
Aí, a nossa admiração foi ao rubro. Auf Widersehen é alemão e significa: Até à próxima! 
O homem certamente andou cá por estes lados e lá se apercebeu de que, mesmo não falando nós alemão, sempre devíamos entender melhor do que em arménio.
Umas centenas de metros mais adiante lá estava ao fundo o Monte Ararat. Tal qual como nas imagens que tínhamos visto na internet. O grande Ararat com os seus 5156 m de altura e, um pouco à esquerda, o pequeno Ararat que se fica pelos 3914. Estávamos longe, a uns bons 60 Kms, e não estava nos nossos planos chegarmos mais perto… mas não há dúvida de que é uma visão inconfundível. No meio do imenso planalto que é a Arménia destacam-se aqueles morros que, à distância a que estávamos, até parecem pequenos, coroados no pico pela brancura da neve eterna.
Encostámos a carrinha, saudámos o gigante e pedimos licença para o fotografar. Ele não respondeu nada. Ou só fala arménio ou então está tão farto de ser fotografado por máquinas do último modelo que nem dá pelos nossos equipamentos de bolso. Foi um fartote de fotografias, mas são todas iguais. Dum morro a 60 Kms de distância, com mais ou menos zoom, em automático ou manual, tudo o que se possa tentar não faz grande diferença.
Depois destas duas aventuras parecia que o dia estava ganho, mas muita coisa nos esperava ainda. Seguimos a rota que tínhamos planeado a caminho de Nagorno Karabach e ao princípio da tarde estávamos a chegar à capital do território que, além dos habitantes, ninguém conhece como país.
O nome significa qualquer coisa como Jardim montanhoso. Montanhoso é, de facto…jardim, bom, é muito verde, mas o caminho, subidas e descidas a pique, curvas e contracurvas a seguir umas às outras não dá para apreciar grande beleza. Mas a capital é bonita. Espreguiçando-se numa imensa colina voltada para o sol, avenidas largas à boa maneira soviética, árvores e jardins… claro que as traseiras escondem o que não se quer mostrar, mas aonde é que isso não acontece?
Deu para entender porque é que este povo rústico, montanheiro, perdido no cabo do mundo, num sítio aonde ninguém se atreve a chegar, se esforçou tanto para não ficar sujeito ao vizinho Azerbeijão aonde interesses alheios o tinham colocado desde os anos vinte do século passado. É que os habitantes são uma colónia de arménios que aqui se fixaram há um ror de séculos e em cada arménio se sente o orgulho de pertencer ao país que primeiro aceitou oficialmente o cristianismo, ainda antes do Imperador Constantino em Constantinopla. Segundo a tradição, o cristianismo chegou aqui pela palavra dos dois apóstolos S. Judas Tadeu e S. Bartolomeu. A nova religião seria oficialmente aceite em 301. Daí a igreja local intitular se Igreja Apostólica Arménia. Todos os vizinhos são muçulmanos, nomeadamente os azeris do Azerbeijão. Separados da Arménia já desde 1923 pela mão de Estaline, quando a URSS se dissolveu e o Azerbeijão reclamou a independência com base nas fronteiras estabelecidas por Estaline, estes arménios declararam não aceitar mais essa submissão ignóbil que os separava do seu povo, das suas raízes e da sua crença.
Pegaram em armas.
Um carro de combate estrategicamente colocado no alto dum morro lembra ainda hoje o esforço de guerra que fizeram até se negociar o cessar fogo. Nenhum país até hoje reconheceu a sua independência, nem sequer a Arménia, que, apesar de tudo, foi o único vizinho que manteve uma porta aberta para se poder entrar ou sair do território. Tal como os restantes arménios, emigram para todo o mundo à procura de trabalho. A passearem nas ruas da capital, num fim de tarde dum dia quente, são grupos e grupos de raparigas. Os rapazes seus amigos, ou irmãos ou namorados, estarão a pensar nelas, mas a muitos quilómetros de distância. Celebraram a sua independência com setecentos casamentos simultâneos. As fotos estão expostas num dos edifícios governamentais por onde passámos para nos carimbarem o documento que recebemos à entrada e entregámos à saída.

Estando fechada a fronteira do outro lado, através da qual poderíamos entrar no Azerbeijão, lá se foi a nossa hipótese de sair por aí, e, com mais uns 600 Km, seguir até Baku, nas margens do Mar Cáspio, a última fronteira dos sonhos do Ricardo.
-Deixa lá rapaz, algum dia terás tempo de cá voltar!
Regressámos à Arménia, mas logo adiante seguimos por outro caminho contando entrar no dia seguinte novamente na Geórgia e visitar a capital, Tbilisi! Tínhamos atingido o ponto mais longínquo da nossa viagem, estávamos a iniciar regresso.
Boa sorte “nagornocarabaquenses” e “auf widersehen” como se despediu o taxista na saída de Yerevan!
A Nogueira

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

E tu, já correste uma Maratona?

Eu já!! :) e foi ontem.

Ganhei uma medalha, uma t-shirt e um andar novo! Hoje não consigo dobrar os joelhos...
Pois, ontem corri a 27ª edição da Maratona de Lisboa. 1891 atletas inscritos para os 42,195 Km mais famosos do desporto. A prova começou e acabou no estádio 1º de Maio, um friozinho de rachar na partida, que foi muito emocionante... a mim quase me vieram as lágrimas aos olhos, não sei se do frio, da bebida energética que tomei, se dos tambores a rufar alinhados na linha de partida se do meu estado de excitação. Deve ter sido tudo misturado.
Com o entusiasmo só dei por mim a chegar ao quilómetro 10, tinham passado 47 minutos. Vi logo que tinha feito asneira, estava a correr demasiado rápido e ia pagá-lo no final da prova. Concentrei-me ao máximo para manter um ritmo mais baixo e poder chegar ao fim. E lá foi atrás dos outros... a ver os rabos, a ver os prédios, a ouvir os comentários dos outros, os aplausos do apoiantes nos passeios, o meu coração a bater, a sinfonia das escarretas dos atletas... a fazer os possíveis para ter a mente longe dali e relaxada, para não ligar aos murmúrios que começavam a aparecer no joelho esquerdo e que bem sabia que dentro de uma ou duas horas seriam insuportáveis, assim como a dor na planta do pé direito que a cada passada ia segredando aos nervos da perna, pela coluna vertebral até chegar ao meu cérebro... 10 km, 15 km tranquilo, bela corrida... aos 17 km toca o telefone, estou a chegar ao Marquês, recebo um convite para almoçar do amigo Rui. Maravilha, o sol, o ar frio nos pulmões, o transito está cortado, o Marquês e a Avenida cheia de atletas... quando dou por mim estou no Terreiro do Paço, 20 Km, a calçada nova do chão faz acordar o  murmúrio do joelho e o pé direito desata a ralhar com os nervos da perna... é aqui, percebi imediatamente... aqui acaba a zona de conforto, é a partir daqui que se realizam os sonhos... aguenta! Cais do Sodré, Jardim de Santos, dor! afasta os pensamentos o mais que possas... dizia-me o anjinho que corria ao meu lado. Quantos episódios vivi por estes lados ao longo da minha vida...  dor! tento recordá-los e pô-los por ordem cronológica. 24 de Julho, Alcântara, Ponte, quilómetro 25, dor.

Em sentido contrário, passam os primeiro atletas. Isolado, o primeiro da Maratona por estafetas, depois os candidatos aos primeiros lugares, a primeira mulher, que ar tão fresco e saudável, dor! Jerónimos! agarro o telefone e ligo ao meu Primo Miguel. Tínhamos combinado que ele estaria por ali para fazermos os últimos 15 km juntos, não conseguia pensar em mais nada, como se ele me fosse carregar às costas. Os meus olhos vasculham em redor à procura do salvador Miguel.... do outro lado ele atende o telefone e diz, - não consegui passar.... estou ao pé da ponte! dor, dor, muita dor! - Ok Miguel, até já. A corrida inverte o curso, alguém ao meu lado diz - agora é só voltar para casa. Sim é isso, agora é só voltar para casa... mas a Ponte ainda está tão longe...
30 Km, quantos faltam? o meu raciocínio já não está normal... os pensamentos estão a ficar espessos... Dos 12 km/h do princípio da prova já me arrastava a 8 km/h. Por fim lá aparece o Miguel e houve um salto no tempo, a conversa distraiu-me e num instante estávamos a pisar a calçada do Terreiro do Paço. O quilómetro 37 aparece no início da Almirante de Reis. Faltam 5, é ir ao fim da Mata... Tinha a prova como concluída, não sei porquê mas tinha metido na cabeça que se chegasse à Almirante  Reis a prova estava feita... mas a Avenida é gigante, sempre a subir, os quilómetros estavam cada vez maiores, a Praça do Areeiro estava sempre no mesmo sítio, teimava em não se aproximar. Só me lembro de ver umas pernas com umas meias coloridas a passar por mim, era sempre o mesmo par de meias, passou várias vezes por mim... - já estou alucinar! ah, ok... o dono das meias ía correndo e andando de maneira que eu passava por ele quando ele andava, mas só o via quando ele passava por mim. Quando finalmente chegamos ao Areeiro, percebi que era truque da cabeça do Sá Carneiro, pendurada na estátua, ria-se de mim às gargalhadas. Quilómetro 40, os últimos quilómetros estão de certeza mal marcados! motivo mais que suficiente para queixa à organização. Avenida de Roma, quase me vinham as lágrimas aos olhos, o joelho e o pé já não chateavam misturado com o resto das dores e cãibras nas pernas todas, estas pernas não são as minhas... isto foi cena do Sá Carneiro... ao mesmo tempo tinha uma sensação engraçada, desde o início da Almirante Reis, como se a hipótese de desistir tivesse deixado de existir, agora não há nada a fazer, tenho de chegar ao fim, a sensação que se tem no ar quando se salta da prancha da piscina. E lá cheguei ao Estádio, a meta era só depois de dar uma volta à pista de tartan, coisa que apesar de muito gloriosa era perfeitamente dispensável, só queria parar... e nem foi muito emocionante acabar a prova, o melhor foi um copinho de chá quente que me deram depois da meta e o muitos parabéns que me deram os outros atletas que ali estavam. Parabéns era a palavra de ordem que reinava por ali. Os parabéns que souberam melhor foram os do Miguel, acho que sem ele a história tinha sido bem diferente. Muito obrigado, Miguel.

O Gregos a quererem-me apanhar! sem hipótese.




Agora sou MARATONISTA. Respect.




Resta-me dizer que demorei 4 horas e 17 min para fazer a prova e fiquei na posição 1182. Ganhou um atleta Russo Oleg Marusin, com 2h e 19 mim, ou seja, quando eu acabei a prova já ele estava a dormir a sesta depois de ter almoçado. Com 2h e 45 min chegou a primeira mulher, a Portuguesa Anabela Gomes, do Grupo Desportivo Joaninhas :)
Anabela Gomes. Ri-te, pá!
O ultimo a chegar foi um atleta Inglês de seu nome Ivor John Davies com 6h e 8 mim, já eu tinha almoçado e estava às voltas no sofá. Atenção que este senhor tem mais de 60 anos. Havia muitos camones, mesmo muitos e muitos com idade bem avançada... acho um espectáculo os velhotes a darem cartas nestas provas e houve muitos cabelos brancos a passarem por mim... também há muita gente que faz das Maratonas uma forma de viajar e conhecer países, vê-se pelas t-shirts que vão correr a todo o mundo. 
2013 vai ser o ano do Trail Running, o desporto da moda, eu e o Miguel já estamos inscritos em dois ultra trails e noutras provas mais curtas.

E tu, já correste uma Maratona?

...estoupraver...

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Patrick c`en va...

Este fim de semana morreu Patrick Edlinger. Um dos mais famosos escaladores do anos 80 e 90, pioneiro da escalada livre de dificuldade. Figura emblemática que marcou toda uma geração com o seu conceito escalada como forma de vida. Para mim ficam as recordações da minha adolescência, as fotografias nos catálogos da Petzl e principalmente um filme que consegui gravar durante as matinés experimentais do canal SIC. Arrow Head  gravado numa velhinha cassete VHS, que vi vezes e vezes sem conta, sabia de cor as frases, a banda sonora e principalmente os movimentos de escalada do grande bailarino da rocha. deixou-nos prematuramente aos 52 anos de idade. Descansa em paz.




 E o melhor dos filmes de Patrick Edlinger, é este:

La vie aux bout des doigts



segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A pena do meu Pai. Parte 3


A viagem ao Cáucaso, pela pena do meu Pai, que escreve muito melhor que a minha.
In: Jornal de Minde. Out2012



É já ali
… ao dobrar da esquina

GUARDIÕES DA LEI

Fartos de pagar portagens já que, sem isso, a cancela não abria, ao terceiro dia chegámos
à Eslovénia. Não vimos cancelas, os carros ligeiros eram encaminhados para a pista da
esquerda através de sinais no chão e o caminho estava sempre aberto. Pela direita iam os
camiões que tinham cancela. Interessante, neste país os turismos não pagam portagem.
Mal tínhamos chegado a esta conclusão e já o país estava a acabar.
O guichet do costume… onde é que está a vinheta?
-Qual vinheta, qual carapuça?
Multados em trezentos Euros porque devíamos ter adquirido a vinheta ao entrar no país.
- Nós não sabíamos, ninguém nos avisou, lá donde a gente vem esses papelinhos servem
para outra coisa, além disso vocês são maçaricos na Comunidade Europeia, nós já cá
andamos desde o tempo dos nossos avós… onde é que está o papelinho, que nós vamos lá
comprar…
-Isso era 100 metros mais atrás, agora paga e não bufes!
O Ricardo usou as técnicas todas, lá conseguiu um desconto de 50%, pagando ali na hora,
em dinheirinho trocado.
A partir daí, passámos a andar atentos à vinheta. Isto até ao fim da Bulgária, porque,
depois disso, mais de mil quilómetros de Turquia, ora auto-estrada ora não, uma boa parte
estava em obras, nem pagámos nem ninguém nos incomodou.

Sem auto-estradas nem GPS, na Geórgia e na Arménia orientávamo-nos por mapas. Meia
volta, tínhamos de pedir informações, coisa complicada quando não se sabe nem uma
palavra da língua. Cruzamentos, hesitações, há um grupo de homens na beira da estrada…
-Alavérdi? – perguntamos nós, e apontamos a direcção da estrada.
Torceram o nariz!
… Alavérdi ? – volto a repetir…nada!
Até que um descobriu a pólvora…
… Alaverdí ?
Rimo-nos. Para nós era a mesma coisa. Por acaso até íamos bem.
O Ricardo contou que, uma vez, no Porto, onde esteve a trabalhar, parou um tipo que
conduzia um camião e perguntou o caminho para Lecsoés.
-Lecsoés?
O homem tinha a certeza, mostrou no mapa…
- Ah, pois, Leixões… é sempre em frente!
Mais adiante chegamos a um entroncamento…hesitamos…entramos para a esquerda,
damos pelo erro, meia volta ao volante e zás, estamos na direcção certa… e lá ao fundo
um guardião da lei já com a mão no ar.
-Tamos a contas…
Quando paramos ainda tento disfarçar...
-Alaverdí ? – e com a mão… é por aqui?
O tipo faz um sorriso bacana (- b, + s…) e até parece que falava a mesma língua que eu…
-É por aqui, sim…e a manobrazinha lá atrás?
O Ricardo sai do carro, põe-lhe a mão no ombro, puxa-o para a beira da estrada, eu fico a
ver a técnica.

Tenta amolecê-lo, o tipo é mais duro que um calhau, diz-lhe que já andamos há muito na
estrada…que não temos dinheiro, só estas duas notinhas vamos a caminho da fronteira, já
não podemos cambiar, e porque torna e porque deixa…mas tem uma magnífico souvenir
para lhe dar, trazido do mais longínquo ocidente, e tal e coisa…
Parecia um minderico a vender uma manta na feira de Montemor.
O homem começa a ficar mais manso, o Ricardo vem ao carro e lá vai um magnífico relógio
dos tais do chinês. O homem agarra o relógio, a princípio desconfiado, depois encantado...
o Ricardo vai para se despedir, mas o tipo segura-o pela manga:
… as duas notinhas também! (não valiam nem 10 cêntimos)
O Ricardo dá-lhe as notas meio contrariado, volta ao carro e arranca à pressa.
-Vais a fugir, enganaste o homem!
- Vou a fugir mas é dos colegas dele, antes que venham aí todos à cata de um relógio…

Dois dias depois, estamos na Abkásia.
Entramos no território sem saber ler nem escrever, graças a um papel que o Ricardo
conseguiu em Lisboa através de uma Agência de qualquer coisa. Escrito em russo e
cheio de carimbos. Nem sabíamos que aqui a moeda é o rublo. Sábado, casas de câmbio
fechadas, amanhã é domingo, nem cinco reis para comprar pão ou beber uma cerveja. Na
entrada dizem-nos que temos de ir à capital para obter um carimbo e depois sair por onde
entrámos. Mas só na 2ª feira, que amanhã é domingo, o Ministério está fechado…
E nós que queríamos era atravessar o país e sair pelo outro lado para a Rússia. O contrário
pode atrasar-nos uma boa meia dúzia de dias.
Já no dia seguinte, seguíamos para norte, fomos apanhados num limite de velocidade.
A técnica do costume, o Ricardo sai do carro, inicia as negociações, aproveito para ir aliviar
a bexiga atrás duns arbustos.
Quando regresso, há 3 ou 4 polícias de volta do Ricardo como se ele tivesse caído do céu –
só faltava dizerem: - Os deuses devem estar loucos!
…sou o pai daquele sucesso todo, envolvem-me na festa. A multa está perdoada, aquele
polícia que está ali já esteve em Tenerife e Marrocos...
- Ah pois, Marrocos, conhecemos muito bem, são nossos vizinhos, é porta com porta!
... e mexe num computador, enquanto os outros olham para a maquineta como um boi
para um palácio. Levou-nos para um gabinete, mandou-nos sentar, os outros espreitam do
corredor ou lá de fora pela janela.
…no computador, entra em contacto com uma namorada que fala inglês e trabalha numa
qualquer repartição, tem mais namoradas na rede de contactos. A rapariga teclava de
lá, o Ricardo teclava de cá, mas o polícia queria que a namorada fosse traduzindo para
russo, não fossem os estrangeiros combinar com ela algum esquema que lhe fizesse
nascer algum apetrecho na testa. Ela traduzia para russo mas ambos tinham que mudar no
computador os caracteres romanos para os cirílicos e vice-versa…
A rapariga perguntou que documentos é que tínhamos, o Ricardo lá lhe respondeu e ela
disse que, com esses documentos, não via razão para não nos deixarem sair para o lado
da Rússia. Sobre cambiar dinheiro – aí o meu amigo explica… há uma localidade com um
mercado, há lá quem cambie dinheiro mesmo ao Domingo.
Ficámos radiantes. O Polícia explicou, mas queria voltar a ver-nos quando voltássemos.
O mercado era maior que a feira de Serpa, o dinheiro cambiava-se nas padarias – vá lá a
gente saber porquê! Levaram-nos a uma onde havia três senhoras novas na cuscuvelhice.
Quando falámos em Portugal…Cristiano Ronaldo, Mourinho, toda a gente conhecia…uma
delas disse logo: Levem-me com vocês! (a gente até lhe fazia o jeitinho, mas o carro só
tinha dois lugares…)

Lá nos cambiaram o dinheiro e voltámos ao polícia que queria pôr-nos a par das suas
grandezas. Era a única pessoa na Abkásia que tinha um camelo de duas bossas. Não
percebi muito bem para que era o camelo...mas mostrou-nos no computador a foto dele
ao lado do camelo. Também tinha o penúltimo modelo dos Lamborghini (ou uma marca
dessas, da gente fina) e lá estava ele ao lado da máquina (acho que as fotos tinham sido
tiradas numa rua qualquer de Tenerife ou Marrocos, mas quem era eu para contradizer
um indivíduo que nasceu na Rússia, foi cidadão da Geórgia e é polícia da Abkásia… são
títulos a mais, a gente tem de ter respeitinho…)
…aproveitámos para lhe pedir o contacto, para o caso de virmos a ter algum problema
com polícias na Abkásia... ou na Rússia, ou em Tenerife ou em Marrocos, tudo sítios que
ele conhecia e onde tinha namoradas. Escreveu num papelinho… nós não entendíamos
nada do que lá estava escrito, mas, com o papelinho no bolso, parecia que tínhamos
abertas todas as portas deste mundo e arredores.
Mais uns quilómetros de estrada e estávamos na fronteira. Apresentamos os papéis, dão
uma vista de olhos e mandam-nos seguir.
…não posso acreditar…
Seguimos na bicha, mais adiante outro guichet…. isto já é Rússia…adeus Abkásia, qualquer
dia volto cá, a ver se o polícia já é dono do Mar Negro.

O polícia seguinte já foi na Hungria.
…alto, espadaúdo, a tresandar a autoridade, a meio quilómetro de distância já se via a
mão no ar.
Eu ainda não contei que a nossa carrinha teve uns problemas pelo caminho, e daí, às
tantas, ficámos sem médios. Buscas e mais buscas, fusíveis, ligações, cabos... resolvemos
o problema passando um cabo que ligava ao suporte de um dos médios, e vinha ter junto
aos pés do condutor. Ligava-se com uma ficha à tomada do isqueiro e funcionava… na
perfeição! – como dizia aquela do anúncio. Era o pendura que se encarregava da manobra
sempre que se fazia noite ou quando passávamos algum túnel.
…pois o polícia húngaro começou por meter a mão pelo vidro da janela do condutor
(pensei que o Ricardo ia levar um puxão de orelhas!) e ligou, com toda a sua autoridade, o
comando dos faróis. O Ricardo deu-me um toque na perna. Discretamente meti a ficha no
isqueiro enquanto o polícia ditava a sentença:
- Aqui é obrigatório andar com os faróis acesos. (mal ele sabia que fui eu que os acendi!)
O Ricardo conta muito bem esta história no seu blog “estoupraver.blogspot”:

“ Vais ter de me pagar 200 €, dizia ele em Húngaro! Eu respondi-lhe em Português - amigo, eu
como polícias como tu ao pequeno almoço há três semanas... depois em Inglês disse-lhe que
não tinha 200€ nem nada que se parecesse, contei-lhe a nossa viajem e a meio de enumerar
todos os países por onde havíamos passado nos últimos dias ele já deitava a conversa pelos
olhos. Aproveitei a deixa arranquei-lhe os meus documentos da mão e troquei-os por um
magnifico relógio de 3€. O bom homem riu-se, meteu o relógio ao bolso e disse-nos adeus, ali
mesmo nas barbas do Durão Barroso!”

O próximo polícia foi já em Portugal, mal entrámos em Vilar Formoso. O tipo queria à viva
força que o aparelho de soprar funcionasse, mas ou era do aparelho ou era do meu fôlego,
aquilo nem chus nem bus. Finalmente deixou descansar o aparelho e eu descansei também.
Quando me mandou soprar outra vez, parecia um vendaval. Lá acendeu o verde. Também,
o último toque em álcool fora um copo de cerveja pouco maior que um dedal, em
Espanha, uma hora antes.
-Façam boa viagem!

-Obrigadinhos a vossência, e até mais ver!
Têm nível estes polícias europeus, mas não chegam nem aos calcanhares do polícia
da Abkásia – conhecia Tenerife e Marrocos, manobrava um computador, tinha não sei
quantas namoradas, um camelo e um Lamborghini!
…e chamam àquilo um país arrasado pela guerra!


…é proibido tirar fotos a polícias, embaixadas, postos fronteiriços e coisas desse género.
Daí, esta crónica não tem fotos para exibir. Também não tinha espaço nesta página. Vou
colocar alguma tirada por lá, noutra página qualquer. Onde der mais jeito…

A Nogueira

Estamos numa das entradas de Sófia, a capital da Bulgária, a uns escassos 500 m da zona monumental da cidade. À nossa direita esta magnífica oficina de reparação de carroças…
Estes países, há vinte anos eram parte da União Soviética, depois independentes e agora já fazendo parte da Comunidade Europeia, ainda proporcionam imagens curiosas,
É o que se chama ter de andar depressa para acertar o passo!



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

20 Km de Almeirim


No Domingo passado, o meu primo Miguel e eu, corremos os "20 Km de Almeirim". Uma bela prova com um magnifico sol de outono e uns belos tempos de corrida :) a seguir uma, também magnifica, Sopa da Pedra para todos os atletas e famílias. Muito fixe... mas hoje doem as pernas!










Começa a nossa preparação para o ultra-trail que vamos fazer em finais de Janeiro.


domingo, 14 de outubro de 2012

As neves do Kilimanjaro. Parte3/3

O sol a dar o arzinho da sua graça! Quem escala em gelo não gosta muito do sol, mas aqui ele não chegou a fazer estragos.





Uma vista para o enfurecido e empinado Diamond Coloir. 


Atrás de mim o largo mais vertical da via. Espectacular!!
90º gelo azul.



O largo termina debaixo de uma cornija  de gelo. Para sair da cornija há que partir umas estalactites de gelo  e sair por uma janela (Ice Window) ao encontro do Diamond Coloir.

Lindo! como um sonho ☺

@ gate of the mists. Fim da via.

Neste local era escolher, Batian ou Nelian. Escolhemos Nelian 11 metros mais baixo que o vizinho, mas com uma cabaninha para passar a noite. Não tinhamos previsto passar a noite na montanha mas alguns atrasos durante o dia e principalmente na noite anterior, enquanto procurávamos na escuridão o início da nossa via, fizeram com que a noite nos apanhasse desprevenidos no topo da montanha... nada a fazer senão aguentar uma gélida noite a 5200m só com a roupa que tínhamos vestida, sem tenda, sem sacos cama... descer na escuridão estava fora de questão, seria demasiado perigoso. Assim resignados, descalçamos os crampons e escalamos o último largo de IVº grau em rocha, que com botas de plástico, luvas e a 5000m valia aí um 7b+, principalmente penoso para a minha companheira que teve de ser puxada de cima ☺


 Nelian 5188m. Já noite escura.
Paula, tens as calças rotas no joelho. lol

Comemos os chocolates que tínhamos no bolso, deixando um ou dois para o dia seguinte e fomos para a casita tremer de frio. Meti a mão à mochila e na minha pequena farmácia tinha comprimidos para dormir, tomei um e ressonei a noite toda. A Paula que não quis tomar é que teve de se aguentar... eu dormi bastante bem. Mais tarde quando contei aos meus amigos mais entendidos o que tinha feito, fui muito criticado, em situações extremas devemo-nos manter acordados para combater o frio. Tomar um comprimido para dormir é passaporte para já não acordar... enfim, ninguém morre de frio no equador, lá me safei para contar a história.

A gélida casinha de alumínio onde passamos a noite.


A manhã acordou maravilhosamente limpa com uma visibilidade incrível. Tínhamos toda a África aos nossos pés. Os primeiros raios de sol ajudaram a desentorpecer os músculos doridos da véspera.


O enorme vale glaciar por baixo de nós. Uma das pintinhas amarelas no centro da foto é a nossa tenda.

O dia passou-se em intermináveis rappeis. Paula, assim é que rompes as calças...


A montanha tinha uma excelente linha de rappeis em parabolts com argolas. Logo no primeiro ou segundo rappel, uma distracção ou o cansaço da noite e da véspera, fez-nos perder da linha de rappeis e tivemos de rappelar tudo em pontos precários de fitas, pitons e entaladores... no último dos rappeis, quando chegamos ao chão, as cordas engataram-se ao puxar e não conseguimos recuperá-las, já não sobravam forças... Perdi 100m de corda :(


A base da via.
O nosso amigo carregador esperava-nos no refúgio, depois de ter subido a desmontar a nossa tenda. Dormimos, comemos, lambemos as feridas, contamos as histórias... Metemos as mochilas às costas e continuamos viagem rumo à "civilização", numa busca desesperada por um duche que já não tomávamos desde o Kilimanjaro!!

Mt Quénia, face sul. A linha de gelo vertical é o Diamond Coloir. A nossa linha é a mais ténue à direita e na diagonal.  Onde as duas linhas se encontram fica a cornija com a Ice Window, o colo entre os dois picos é o  gate of the mists.
O Nelian com a casinha de alumínio é o pico da direita.


Bye-bye montanhas de África, vou à procura de um duche.



Hotel Ambassador!! 5 *

Transportes até Nairobi, quando chegamos, telefonamos a uns amigos que tínhamos feito no Kili, eram duas irmãs e um irmão mais velho, muito simpáticos, que estiveram na montanha ao mesmo tempo que nós. Eram indianos mas viviam em Nairobi. Resgataram-nos da confusão do terminal de transportes da capital e ofereceram-nos um magnifico jantar indiano... eu só sonhava com um bitoque com batatas fritas, mas claro, eles eram vegetarianos e carregavam no picante... duche também não deu... enfim lavamos as mãos e a cara, já não é mau. Depois do jantar, adeus amigos, muito obrigado, se forem a Portugal já sabem... e zumba! autocarro outra vez. Ao romper do dia seguinte estávamos em Mombaça. Quando me despejaram do autocarro deitei-me no chão encostado às mochilas e disse à Paula - não saio daqui, deixa-me dormir... Quando dei por mim estava deitado na caixa de uma carrinha com as mochilas à minha volta e a atravessar a cidade em grande velocidade. A Paula ia na cabine em grande algazarra com o condutor, pareciam conhecer-se há que tempos! Fomos para um hotel maravilhoso, com torneiras a sério que deitavam uma água maravilhosa! pelo caminho, a Paula ainda fez o condutor parar em vários sítios!? um deles era uma agência de viagem para a viagem seguinte...


Forte quinhentista Português em Mombaça.


As primeiras vistas para o Índico.

Em Mombaça deu para descansar, tomar um bom banho, passear, comprar souvenires, jantamos num hotel todo colonial, grande sala com o chão em tacos de madeira, mobiliário em palhinha, ventoinhas no tecto, empregados de luva branca. Parecia o filme "África minha".
Ainda visitamos uma portuguesa residente, que tinha lá negócios e que a Paula desencantou o contacto, íamos na esperança de um convite para jantar... mas não tivemos sorte.
Dali, apanhamos um aviãozinho para Zanzibar onde nos esperavam os nossos amigos.
Zanzibar foi a ilha que deu o nome aquelas magnificas cafeteiras de café, mas não  tem nada a ver!
Tínhamos previamente combinado um sítio para que quem chegasse primeiro deixa-se uma mensagem a dizer em que hotel estava. A vida sem telemóveis tinha  destas coisas...


Stone Town, Zanzibar.





Uma pequena tartaruga de 500 kg.

Acho que nem deu por mim...


Um antigo forte negreiro numa ilhota perto.


Lá nos reencontramos todos para contar as aventuras.

Zanzibar é uma ilha muito bonita e interessante, tem algumas fortificações Portuguesas, aqui cultivam-se muitas especiarias e há muitas e variadas frutas tropicais. Ao fim da tarde a praça principal de Stone Town enchia-se de gente com vontade de respirar um pouco de ar fresco,  havia muitos vendedores ambulantes, recordo umas espetadinhas de carne assadas na brasa que eram um espectáculo e um pequeno engenho  de cana de açúcar que escoria o liquido doce para dentro de um copo de gelo ☺
Também fizemos snorkeling em belos recifes de coral.
  

Plantação de algas, pelo que percebi são plantadas, amarradas a cordéis, na maré  baixa e são apanhadas na maré seguinte.




De Zanzibar fomos todos de ferry-boat novamente para Dar-es-Salaam e daí para casa. Voltei ao trabalho e à escola, fazia trabalhos verticais durante o dia e estudava à noite, no tempo livre escalava tudo o que podia. Na escola perguntavam-me porque tinha faltado tanto tempo e porque vinha tão queimado, era Fevereiro. Eu respondia, -fui à Serra da Estrela e queimei-me na neve!



Hakuna Matata!
Fim da história!


P.S. As fotos estão horríveis porque o scanner de slides não dá para mais. No original as cores são fantásticas...